segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Apenas brincando



Quando eu estiver, no quarto, construindo um edifício de blocos, Por favor não diga que eu "estou apenas brincando". Já que, entenda, eu estou aprendendo enquanto brinco. Sobre equilíbrio e forma.
Quando eu estiver bem vestido, arrumando a mesa, cuidando do bebê. Não tenha a idéia de que eu "estou apenas brincando". Já que, entenda, eu estou aprendendo enquanto brinco. Algum dia eu posso ser uma mãe ou um pai.
Quando você me vir até meus cotovelos na pintura. Ou ajeitando uma moldura, ou moldando e dando forma à argila. Por favor não me deixe ouvi-lo dizer que eu "estou apenas brincando". Já que, entenda, eu estou aprendendo enquanto brinco. Eu estou me expressando e sendo criativo. Algum dia eu posso ser um artista ou um inventor.
Quando você me vir sentado em uma cadeira "lendo" para uma audiência imaginária. Por favor não ria e não pense que eu "estou apenas brincando". Já que, entenda, eu estou aprendendo enquanto brinco. Algum dia eu posso ser um professor.
Quando você me vir recolhendo insetos ou colocando coisas que encontro no bolso. Não os jogue fora como se eu "estivesse apenas brincando". Já que, entenda, eu estou aprendendo enquanto brinco. Algum dia eu posso ser um cientista.
Quando você me vir montando um quebra-cabeças. Por favor, não pense que estou desperdiçando tempo "brincando". Já que, entenda, eu estou aprendendo enquanto brinco. Estou aprendendo a concentrar-me e resolver problemas. Algum dia eu posso ser um empresário.
Quando você me vir cozinhar ou provar comidas. Por favor não pense que estou aproveitando, que é "só para brincar". Já que, entenda, eu estou aprendendo enquanto brinco. Eu estou aprendendo sobre os sentidos e as diferenças. Algum dia eu posso ser um "chef".
Quando você me vir aprendendo a saltar, pular, correr e mover meu corpo. Por favor não diga que eu "estou apenas brincando". Já que, entenda, eu estou aprendendo enquanto brinco. Eu estou aprendendo como meu corpo trabalha. Algum dia eu posso ser um médico, uma enfermeira ou um atleta.
Quando você me perguntar o que fiz na escola hoje. E eu responder: "Eu brinquei". Por favor não me entenda mal. Já que, entenda, eu estou aprendendo enquanto brinco. Eu estou aprendendo apreciar e ser bem sucedido no trabalho. Eu estou preparando-me para o amanhã. Hoje, eu sou uma criança e meu trabalho é brincar.

(Texto de Anita Wadley)

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

."Meu texto interdisciplinar - 3º semestre...... "


Educação Infantil Tudo Começa Aqui..

A educação tem sido marcada por grandes transformações ocorridas no seio da sociedade. Essas mudanças influenciam de forma significativa o processo educacional, já que a mesma ocorre numa instituição social vinculada a interesses socialmente contextualizados. Dessa forma, a escola acaba incorporando valores, concepções e práticas presentes na sociedade e esta pode contribuir significativamente para reforçar o modelo social vigente.
Essa sociedade na qual a escola está inserida, não se configura como um espaço neutro isolado, mas, constitui-se num espaço que influencia e é diretamente influenciado pela mesma. É nesse espaço sociocultural marcado por trocas constantes entre sujeitos envolvidos, que o espaço educativo se constrói de fato. Desta forma, não podemos analisar isoladamente a prática pedagógica sem nos atermos a essas questões fundamentais.
Nesse contexto, faz-se necessário um olhar reflexivo sobre a problemática que envolve as creches e escolas de Educação Infantil onde a tarefa de cuidar e educar são desenvolvidas de forma distintas. Desta forma, torna-se necessário investigar como se dá o processo educativo onde o educar e o cuidar são compreendidos de forma isolada ou indissociáveis pelos profissionais que atuam nessa instância educativa.
Sabe-se que a Educação Infantil como conhecemos hoje, realizada de forma complementar a família, é um fato recente. Historicamente a creche, parte integrante de Educação Infantil, era vista como refúgio assistencialista, pois coube a ela o papel de substituta da família, devido o trabalho materno fora do lar, a partir da Revolução Industrial.
Mas, a concepção de Educação Infantil é outra, em que deve promover à criança pequena a integração entre seus aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivos e sociais. E somente a partir da Constituição de 1988, a criança passou a ser respeitada como cidadão em desenvolvimento, passando a ser reconhecida como direito da criança e dever do Estado.
Reafirmando esse direito, a LDB 9394/96, estabelece o atendimento em instituições de Educação Infantil as crianças de 0 a 6 anos de idade, sendo considerada a primeira etapa da educação básica, tendo como finalidade o desenvolvimento integral da criança em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social complementando a ação da família e da comunidade.
O atual cenário em que se encontra a Educação Infantil, onde recentemente o governo passou a assumi-la com políticas voltadas para a melhoria desse seguimento de ensino, como o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) e o Ensino Fundamental de Nove Anos, comprometendo-se em garantir o direito infância, que toda criança tem e que lhe foi negado por muito tempo.
Esses investimentos são de fundamental relevância no desenvolvimento dos sujeitos envolvidos nesse processo educativo, o FUNDEB, atende além do Ensino Fundamental e Médio, também a Educação Infantil que até então não era destinados recursos federais, tem finalidade de aumentar os recursos aplicados pela União, Estados e Municípios na educação básica pública e melhorar a formação e o salário dos profissionais da educação. Outro fato que é importante salientar é a mudança do Ensino Fundamental que aumentou de oito para nove anos.
Ressalta-se que o ingresso dessas crianças no Ensino Fundamental não pode constituir uma medida meramente administrativa, é preciso atenção ao processo de desenvolvimento e aprendizagem delas, o que implica conhecimentos e respeito as suas características etárias, sociais, psicológicas e cognitivas, cujo foco, é o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças de seis anos de idade ingressantes no ensino fundamental de nove anos, sem perder de vista a abrangência da infância de seis a dez anos de idade nessa etapa de ensino. Desta forma, vale considerar, que “assumir a especificidades da Educação Infantil é rever concepções sobre a infância, as relações sociais, as responsabilidades da sociedade e o papel do Estado diante das crianças pequenas, como descreve o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil” (RCNEI, 2001 p. 17).
Isso nos remete ao fato de que a educação da criança envolve dois processos indissociáveis o de educar e o de cuidar. E um dos principais problemas verificados é que tanto o cuidado como a educação tem sido entendida de forma muito estreita, onde o cuidar tem significado realizar atividades voltadas para cuidados primários: higiene, sono, alimentação e o educar tem sentido de “escolarização precoce”, desconhecendo um modo atual de ver as crianças como sujeitos que vivem no momento em que predomina o sonho, a fantasia, a afetividade, as brincadeiras, as manifestações de caráter subjetivo, desrespeitando a criança e suas singularidades.
Diante dos vários problemas que são enfrentados nessa instância educativa, surge um questionamento importante, no sentido de compreender como esses profissionais das instituições de Educação Infantil desenvolvem a tarefa de educar e cuidar em sua prática educativa. Esse entendimento possibilitará ao professor a oportunidade de refletir sobre sua prática, bem como, oportunizar situações que propiciem o desenvolvimento das crianças.
É preciso analisar o verdadeiro significado do educar e do cuidar no espaço da Educação Infantil, rompendo com um ideário impregnado que dicotomiza corpo e mente, onde o cuidado está para o corpo, como a educação está para a mente.
É necessário ainda refletir sobre o princípio de que cada momento da vida, em especial da vida das crianças pequenas, deve representar uma etapa significativa e precedente as próximas conquistas e assim o educador deve buscar estratégias para o acompanhamento da história que cada criança vai construindo ao longo do tempo.

Oi pessoal....

Queridos colegas estou de volta ....
passei um tempinho sem postar, pois estava de ferias só que agora estamos de volta
e vai começar tudo de novo.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

" Aquarela..."




Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo
Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva
E se faço chover com dois riscos tenho um guarda-chuva
Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel
Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu
Vai voando contornando
A imensa curva norte sul
Vou com ela viajando
Havaí, Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela branco navegando
é tanto céu e mar num beijo azul
Entre as nuvens vem surgindo
Um lindo avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar
Basta imaginar e ele está partindo
Sereno indo
E se a gente quiser
Ele vai pousar
Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida
Com alguns bons amigos, bebendo de bem com a vida
De uma América à outra consigo passar num segundo
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo
Um menino caminha e caminhando chega no muro
E ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está
E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença muda nossa vida
E depois convida a rir ou chorar
Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
Vamos todos numa linda passarela
De uma aquarela que um dia enfim
Descolorirá
Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
Que descolorirá
E se faco chover com dois riscos tenho um guarda-chuva
Que descolorirá
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo
Que descolorirá

domingo, 25 de novembro de 2007

Meu primeiro texto.... de PPP.


Um olhar Reflexivo sobre Creche

Esse trabalho tem o objetivo de compreender o verdadeiro significado da Educação Infantil, em especial as creches, tendo em vista, que a mesma tem sido compreendida como um espaço meramente assistencial desprovido de uma proposta pedagógica que considere a atividade educativa como uma ação intencional.
Essa produção se fundamenta em teorias discutidas em sala de aula, que foram obtidas através de dados, feita durante as visitas nas escolas e diálogos com seus colaboradores e beneficiados e em obras escritas por profissionais da área.
E, diante do atual cenário que se encontra a Educação Infantil no Brasil, em que apenas esse ano o governo a assumiu com o FUNDEB ( Fundo Nacional da Educação Básica). Faz-se necessário um olhar teórico-reflexivo sobre o contexto que envolve essa etapa da educação.
Durante muito tempo a educação da criança foi considerada uma responsabilidade das famílias ou do grupo social ao qual ela pertencia.
As creches e pré-escolas surgiram depois das escolas e o seu aparecimento tem sido associado com o trabalho materno fora do lar, a partir da Revolução Industrial.
A creche historicamente vista como refúgio assistencialista, criada com o objetivo de atender a crianças de baixa renda, era entendida como instituição ligada apenas para cuidar e guardar crianças, onde se apresentava como substituta da instituição familiar.
Somente a partir da Constituição de 1988 a Educação Infantil passou a ser reconhecida um direito da criança e um dever do Estado. Reafirmando esse direito a LDB nº 9394/96 estabelece o atendimento as crianças de 0 a 5 anos em creches e pré-escolas passando dessa maneira a ser considerado como primeira etapa da educação básica, tendo como finalidade o “desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social complementando a ação da família e da comunidade”.
O grande desafio da educação hoje é, no entanto, modificar essa concepção de educação assistencialista e levar muito além de aspectos legais. É evidenciar a especificidade da Educação Infantil, rever concepções sobre a infância e a forma como o processo de ensino-aprendizagem se desenvolve nessa instância educativa. Tendo em vista todas essas questões que envolvem a Educação Infantil, enfatizando a creche, faz-se necessário uma discussão de elaboração de uma proposta pedagógica adequada a essas instituições, em especial a que foi observada.
A integração das creches e pré-escolas no sistema de ensino exigido pela Lei nº 9394/96, ampliou o debate sobre qual seria uma proposta pedagógica adequada para essas instituições, onde Zilma Ramos destaca:

A busca dessa proposta partiu da consideração de que todos os ambientes educacionais são culturalmente construídos, moldados por gerações de atividades e criatividade humanas mediadas por complexos sistemas de crenças ligadas a objetivos e prioridades para a aprendizagem. (OLIVEIRA, 2005.p.168.).

A construção de uma proposta pedagógica implica a uma organização curricular onde esta medie a relação entre a realidade cotidiana da criança e sua realidade social, com conceitos, valores e visões de mundo. Como ainda refere-se Zilma Ramos: “currículo não pode ser entendido como um plano individual predeterminado. É um projeto coletivo, uma obra aberta, criada e apropriada para o aqui e agora de cada situação educativa”.(OLIVEIRA, 2005.p.169).
Desenvolver um currículo para creches, envolve elaborar propostas que proporcionem mudanças e orientem rotas. Além de que deve ocorrer baseada em análise com estabelecimento de metas e de prioridades, levantamento de recursos, na definição de etapas e atividades básicas ou como, Zilma Ramos enfatiza: “Envolve sensibilidade e uma visão de criança como alguém competente e de direitos próprios”.
Evidencia-se que o desenvolvimento do trabalho educativo deve respeitar a infância, enfatizando as diversidades culturais. Em relação à formação histórica, busca-se hoje com o planejamento para creches e pré-escolas romper com a tradição de isolamento com as perspectivas infantis dentro de um mundo controlado por adultos com tarefas descontextualizadas propostas as crianças. Percebe-se hoje, que tarefas tradicionais são substituídas por atividades de livre expressão e troca de opiniões.
Observando a afirmativa citada é perceptível que o novo contexto de Educação Infantil requer propostas curriculares abertas e flexíveis, onde as atividades devem ser diversificadas e constantemente avaliadas.
Nesse contexto, vale ressaltar que a instituição observada precisa necessariamente de uma proposta pedagógica que enfatize todas essas condições que foram aqui ressaltadas. Cabe ainda, que se reveja as atividades e planejamentos aplicados, assim, incube a coordenação pedagógica um apoio mais presente, um acompanhamento didático mais expressivo, além de treinamento e cursos de formação continuada, voltadas para esse nível de ensino.
A coordenação pedagógica precisa rever os conceitos sobre creches e apresentar a comunidade um diferencial, mostrando a devida importância que tem essa instância educativa para as famílias dessa comunidade, onde possa trazê-la para dentro da mesma.

Educar....


Educar é como amar.
É fazer a criança sorrir,(mesmo
sem dentes ).
É brigar se for necessário, com o
objetivo de ajudar.
È fazer com que cada um veja o sol
com os próprios olhos.
É oportunizar a criança, o adolescente
o adulto ou o ancião .
É acreditar no voar perto do chão.
Mas, sempre sorrindo, cantando,
falando, dançando com toda vontade de Educar.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

PARA SARA, RAQUEL, LIA E PARA TODAS AS CRIANÇAS




Eu queria uma escola que cultivasse a curiosidade de aprender. Que é em vocês natural.Eu queria uma escola que educasse seu corpo e seus movimentos, que possibilitasse seu crescimento físico e sadio. Normal. Eu queria uma escola que lhes ensinasse tudo sobre a natureza. O ar, a matéria, as plantas, os animais. Seu próprio corpo. Deus. Mas que ensinasse primeiro pela observação, pela descoberta, pela experimentação. E que dessas coisas lhes ensinasse não só a conhecer como também a aceitar, a amar e preservar. Eu queria uma escola que lhes ensinasse tudo sobre a nossa história e a nossa terra de uma maneira viva e atraente. Eu queria uma escola que lhes ensinasse a usarem bem a nossa língua, a pensarem e se expressarem com clareza. Eu queria uma escola que lhes ensinasse a pensar, a raciocinar a procurar soluções. Eu queria uma escola que desde cedo usasse materiais concretos para que vocês pudessem ir formando corretamente os conceitos matemáticos, os conceitos de número, as operações...Usando palitos, tampinhas, pedrinhas... só porcariinhas...fazendo vocês aprenderem brincando. Oh! Meu Deus!Deus que livre vocês de uma escola em que tenham de copiar pontos. Deus que livre vocês de decorar sem entender nomes, datas, fatos. Deus que livre vocês de aceitarem conhecimentos “prontos”, mediocremente embalados nos livros didáticos descartáveis. Deus que livre vocês de ficarem passivos, ouvindo e repetindo,repetindo, repetindo... Eu também queria uma escola que ensinasse a conviver, cooperara respeitar, a esperar, a saber viver em comunidade, em união. Que vocês aprendessem a transformar e criar.Que lhes desse múltiplos meios de vocês se expressarem cada sentimento.Cada drama, cada emoção. Ah! E antes que eu me esqueça:Deus que livre vocês de um Professor incompetente.




Carlos Drummond de Andrade